quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Moveleiros da floresta estão sem matéria-prima

“O setor moveleiro em Cruzeiro do Sul está em dificuldade por falta de matéria prima, quando nós estamos querendo nos adaptar aos órgãos ambientais, vêm às mudanças que acabam nos prejudicando”. Esta afirmação foi feita pelo presidente da associação dos moveleiros de Cruzeiro do Sul Hélio Pedrosa, ao receber a visita de um grupo de deputados estaduais na tarde de segunda-feira, 14 de agosto.

Hélio disse que o setor está enfrentando dificuldades para cumprir com um acordo feito com um empresário da Venezuela, para entregar mensalmente 700 portas. O negócio foi fechado durante uma exposição dos moveis do Juruá. “Mandamos à primeira remessa, mas a outra está atrasada”.

Um grupo de profissionais da área de marcenaria, tinha acabado de chegar de uma feira de móveis em São Paulo. Dois moveleiros e um madeireiro de Cruzeiro do Sul, levaram para São Paulo seis tipos de móveis feitos de madeira como o louro preto, violeta e outros. Todos os móveis foram feitos com detalhes em fibras e marchetaria, utilizando o contraste das cores fortes das madeiras.

A aplicação da marchetaria, que é a arte do desenho, encaixe e entalhe da madeira sem o uso de pregos, é marca registrada dos móveis do Juruá, o diferencial que encantou os lojistas de vários estados e paises que visitaram a FENAVEN.

A coordenadora do Sebrae em Cruzeiro do Sul Laíres Mappes, instituição que é a principal parceira do setor moveleiro, também lamentou a rigidez dos órgãos ambientais que em muitos casos segundo ela “preferem deixar a madeira ser queimada dentro dos roçados, do que permitir que seja utilizada para fabricação de móveis”.

O maior lamento dos profissionais da área perante os deputados, é quanto à intolerância do Ibama com relação à madeira já retirada em áreas desmatadas por agricultores para o plantio que acabam não sendo aproveitada.

O presidente da Assembléia Legislativa do Acre, deputado Edivaldo Magalhães (PC do B) disse que os produtores possuem o que é mais importante em um negócio que é um produto de qualidade e competitivo no mercado. “ O que tem que ser resolvido é este problema de suprimento, nós temos uma legislação que tem que ser cumprida. Mas por outro lado existe um grande desperdício de matéria prima, a maioria da madeira de pequenos roçados está se transformando em fumaça, enquanto deveria está gerando riquezas”.

Edivaldo prometeu convocar uma reunião com os órgãos ambientais para debater o assunto. “Vamos colocar em uma rodada de negociação o Ibama, Imac, Secretaria de Floresta e Secretaria de Planejamento do governo, para discutir os problemas com os deputados” Finalizou Edivaldo Magalhães.

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